Talvez você se lembre, com base em seus conhecimentos de sustentabilidade, que a cor verde foi escolhida para as lixeiras de separação e coleta do vidro. E pode ser que já tenha ouvido falar que o material tem alto potencial reciclável.
Mas, o que você de fato sabe que, na prática, pode fazer de você mais um a colaborar com o nosso planeta?
No post de hoje, damos sequência à série “Tudo sobre reciclagem” que começou com o lixo eletrônico, especialidade da BH Recicla. Ao longo da leitura, você vai receber informações importantes sobre a reciclagem do vidro para entenda o que fazer com esses materiais no momento do descarte. Acompanhe!
O vidro e a reciclagem
O vidro tem como matéria-prima principal a areia. Junto dela, são adicionados outros componentes como a barrilha (de onde é retirado o sódio) e o calcário (de onde é retirado o cálcio).
A origem do material leva à conhecida ideia de que o vidro é 100% reciclável. Para o processo, cada peça é triturada em pedaços que são fundidos a uma temperatura média de 1300ºC. O líquido obtido é despejado em formas para dar origem a novas peças de vidro.
A questão é que nem todos os materiais são feitos de vidro puro e, como veremos mais adiante, composições diferenciadas demandam um processo mais trabalhoso ou, simplesmente, inviabilizam a sua reciclagem.
Espelhos e vidros utilizados como tampo de mesas, por exemplo, contêm outras substâncias que inviabilizam a sua reciclagem. Mas isso não impede que o material mereça o devido destaque por seu potencial reciclável, assim como a importância dessa prática.
A importância da sua reciclagem
O vidro, uma vez destinado aos aterros ou abandonados junto ao meio ambiente, não se decompõe. A decomposição é importante porque abre espaço no local para a chegada de mais lixo e isso significa que vidro tende a fazer com que novos aterros sanitários precisem ser criados.
Além disso, sem a reciclagem do vidro, o material não é devolvido à cadeia produtiva. O que implica na necessidade de extração de mais areia e demais matérias-primas. E ainda que a areia tenha custo relativamente baixo, sua retirada é prejudicial ao meio ambiente.
Para finalizar, o processo de produção do vidro demanda temperaturas mais elevadas (1500°C) do que o processo de reciclagem. E isso se reflete em maior gasto de energia.
Porque falamos em potencial reciclável
Agora você já sabe que nem todo vidro é considerado reciclável, mas há mais dificultadores na história. Você já reparou que muitos materiais, sejam de vidros ou não, apresentam aquele símbolo utilizado para indicar que são recicláveis? Pois bem. A verdade é que nem todos esses materiais são, de fato, reciclados.
Há diversos fatores que impedem o processo, como a falta de políticas bem estruturadas de coleta seletiva pelas cidades, a falta de incentivos fiscais e outros entraves que envolvem pessoas, empresas e o poder público.
No caso do vidro, podemos destacar alguns fatores para além da consciência ambiental:
- Segundo a Abividro — Associação Brasileira das Indústrias de Vidro —, o maior entrave para a reciclagem do material é a ineficiência do processo de coleta e de um sistema integrado que una consumidores e fabricantes;
- Em geral, a reciclagem do vidro não tão financeiramente atraente. O material é pesado, o que facilitaria ao catador ou empresa juntar um volume interessante e receber por isso. Porém, o peso e o risco de cortes dificultam o processo e voltam as atenções para materiais mais fáceis (e rentáveis) de lidar, como o alumínio;
- Há tipos de vidro que diferem do comum, como o laminado ou o temperado que podem ser reciclados, mas que, para isso, demandam uso de tecnologias extras que tendem a aumentar o custo do processo;
- Recipientes de vidro usados para acondicionar medicamentos ou produtos de qualidades químicas nem sempre podem ser destinados à reciclagem comum. Isso porque o seu conteúdo pode apresentar riscos e demandar processos especiais.
Com tudo isso, a reciclagem do vidro não é feita nas proporções esperadas. Sobretudo em um país de grande extensão, como o Brasil, em que a criação de um bom sistema nacional de coleta de materiais se torna um desafio grande. Porém, nem tudo está perdido!
Como aproveitar esse potencial e reciclar vidro!
Como mostra a Abravidro — Associação Brasileira de Distribuidores e Produtores de Vidro Plano em seu site – é possível fazer o descarte do material pensando, dentre outros, em sua reciclagem.
Para tanto, o mais indicado é separar os materiais (como garrafas de bebidas, potes de alimentos, vidros planos e lisos, pratos e copos, cacos de vidros e outros) e enviá-los a empresas especializadas.
Assim como a BH Recicla recolhe materiais eletrônicos, há empresas que recebem vidros para que sejam reaproveitados e novamente inseridos na cadeia produtiva.
Além dessas empresas, há locais de entrega voluntária de materiais, chamados de LEVs, espalhados pela cidade. Você pode encontrar os mais próximos fazendo uma busca por coleta seletiva ponto a ponto no site da prefeitura de Belo Horizonte (ou, caso você seja um leitor de outra cidade, junto à entidade local).
Em todo o caso, vale lembrar que é importante limpar o vidro antes de destiná-lo para evitar atrair insetos e, também, para facilitar o processo de reciclagem.
E o que não for possível reciclar? Use a criatividade e reutilize em casa! A reutilização de materiais também é fundamental para o um mundo mais sustentável.
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4 comentários em “Tudo sobre reciclagem: vidro”
Olá. Tenho um bar. Como posso doar PET e vidro? Por favor
Olá Raquel, agradecemos seu comentário aqui no blog da BH Recicla!
Para descartar este tipo de material (vidro) costumamos cobrar a coleta da logística. Mas se você trouxer até nossa sede, não cobramos.
Nosso endereço é: Av. General David Sarnoff, 2690 – Cidade Industrial, Contagem – MG
Aguardamos você!
Boa tarde quanto vocês pagam o kilo de vidros já triturado e separado por cores? moro e Uberaba Mg
Olá, José!
Agradecemos seu comentário aqui no blog da BH Recicla!
Mas informamos que infelizmente não compramos vidro.