Se você é como nós da BH Recicla e se interessa por soluções inovadoras que podem ajudar a proteger e salvar o meio ambiente, guarde este nome com orgulho: Anna Luísa Beserra Santos, a primeira brasileira que, aos 21 anos, ganhou o principal prêmio ambiental da ONU.
Desenvolvedora do dispositivo batizado de Aqualuz em parceria com colegas da Universidade Federal da Bahia e da Universidade Federal do Ceará, a baiana apresentou ao Brasil uma solução que já distribui água potável a 265 pessoas e, segundo previsão, alcançará mais de 700 ainda em 2019.
Aqualuz, o dispositivo premiado pela ONU
Aqualuz é o nome dado ao dispositivo desenvolvido por Anna Luísa e que recebeu o prêmio principal da ONU Meio Ambiente. Trata-se de uma junção de “água” e “luz” e que indica bem o funcionamento da solução que se baseia no uso da energia solar para purificar a água e torná-la própria para o consumo.
Até chegar à versão atual do dispositivo que está em teste em cisternas do semiárido nordestino, Anna Luísa desenvolveu 10 versões da tecnologia que tem por objetivo purificar a água sem fazer o uso de substâncias químicas ou de filtros descartáveis e poluentes.
O princípio do funcionamento do dispositivo é de simples entendimento: a ideia é usar a luz solar para eliminar contaminantes da água.
“A gente passa protetor quando vai à praia justamente para nos protegermos contra a radiação ultravioleta. Em humanos, ela causa câncer de pele, mas para vírus e bactérias, ela é letal. A gente aproveita a mesma radiação ultravioleta para fazer o tratamento na água, que passa a ser potável”, disse a jovem à BBC.
A premiação Jovens Campeões da Terra
O ‘Jovens Campeões da Terra’ é uma premiação das Organizações das Nações Unidas que contempla participantes com idades entre 18 e 30 anos. Seu objetivo é estimular a formação de uma nova geração de líderes que apresentem ideias inovadoras para o futuro do planeta.
Ao todo, o prêmio que existe desde 2017 elege sete vencedores que recebem 15 mil dólares para investir em seus projetos e mais 9 mil dólares para investimentos em comunicação e marketing. Os contemplados ainda são convidados a participar de reuniões da ONU para apresentar suas ideias mundo afora.
Segundo a EBC, esta é a primeira vez que o Brasil se destaca na premiação da ONU. O prêmio ‘Jovens Campeões da Terra’ abriu inscrições ainda em janeiro, recebendo a candidatura de 158 brasileiros em meio às quase mil de todo o mundo.
Em 26 de setembro, durante a 74ª Sessão da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, Anna Luísa receberá seu prêmio junto aos outros seis vencedores.
Além dela, outros três brasileiros estão entre os finalistas globais: Bárbara Schorchit, fundadora da Genecoin; Bernardo Andrade, desenvolvedor do projeto Casa do Semiárido; e Felipe Villela, fundador da empresa reNature.
A brasileira Anna Luísa Beserra
Atuando desde 2013 no desenvolvimento sustentável, ano em que recebeu uma bolsa para jovens cientistas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Anna Luísa Beserra tem um currículo respeitável apesar da pouca idade.
A jovem se graduou em Biotecnologia pela Universidade Federal da Bahia e deu prosseguimento aos estudos com a pós-graduação em Sistemas de Gestão Integrada de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Sustentabilidade, em andamento pela Faculdade Unyleya de São Paulo.
Ainda, ela tem cursos concluídos fora do país nas áreas de liderança e empreendedorismo (MIT – Cambridge/EUA) e desenvolvimento de startups focadas em água e saneamento (CEWAS – Willisau/Suíça).
Além disso, Anna Luísa acumula experiências com a Young Water Solutions, uma organização internacional sem fins lucrativos que apoia e orienta o desenvolvimento de jovens que desejam atuar na gestão universal da água e de recursos hídricos, e atuando como consultora de tecnologias em água e saneamento em Salvador.
Em paralelo a essas atividades, a baiana ainda é fundadora e CEO da Safe Drink Water For All e fundadora e CTO da AIA, uma startup focada no desenvolvimento de um biodigestor doméstico para resíduos orgânicos.
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